sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Seis


Nunca pensei que o número seis alguma vez fosse ser espantoso por representar uma enorme quantidade de algo.

Seis... nunca gostei muito deste número, apesar de ser duas vezes um dos meus números preferidos e vir antes do meu outro número preferido. Mas, se pensar na situação, no que ele representa hoje - literalmente -, chega a ser admirável e, como disse, espantoso.

São mais ou menos 182 dias ou meio ano, ou ainda, seis meses. Mas seis meses de quê? Isto pode ser muito ou pouco, e ainda depende da pessoa, se acha que estes meses são muito ou pouca coisa. E como sou eu, é comigo, digo que é bastante, tanto que fico pensando, pensando e pensando, repetidas vezes nesse número - tão pequeno, mas muito significativo -, desacreditada por saber que cheguei a seis meses juntos com alguém, ainda não é de namoro, mas já fico surpresa com o tempo todo só em pensar nele, imagine quando fizer realmente seis meses de namoro, se considerando que é a primeira vez que namoro e que os namoros de hoje em dia duram pouco.

A partir dp sexto mês já se pode considerar que é um belo tempo. E que cada mês que passar vai ser uma grande festa, por transformar algo tão bonito cada vez mais bonito e extenso.

E já fico pensando quando for o dobro do tempo que comemoro hoje. Imagine só, um ano ou 12 meses! Espero que eu chegue lá, e que quando chegar, novamente sonhe com o dobro e por aí vai... Que eu seja tão feliz como sou!

Seis meses... "agora só nos resta a eternidade", como ele diz...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Natureza artificial

Vejo pontos luminosos ao longe
O que é, eu não sei
Poderiam ser os vagalumes
Mas logo, quando vejo
São lâmpadas dos prédios...

Vejo pontos luminosos no céu
O que é, eu não sei
Poderiam ser as estrelas
Mas logo, quando vejo
São as luzes dos aviões...

Vejo sombras no entardecer
O que é, eu não sei
Poderiam ser sombras de muralhas
Mas logo, quando vejo
São as sombras dos prédios...

Vejo gotas de água caindo
O que é, eu não sei
Poderiam ser gotas de chuva
Mas logo, quando vejo
São gostas de um encanamento...

Sinto um cheiro agradável
O que é, eu não sei
Poderia ser das flores dos campos
Mas logo, quando percebo
É de perfume industrial...

Sinto uma brisa refrescante
Daonde é, eu não sei
Poderia ser dos ventos das montanhas
Mas logo quando percebo
É de ventiladores...

Ando neste chão duro
De que é, eu não sei
Poderia ser da terra seca,
Mas logo, quando vejo
É de asfalto...

Tantas coisas a minha volta
Que sonho serem isto,
Mas logo, quando percebo
São daquilo, da natureza artificial,
Tão bruta como seu criador...

(8/12/2008)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Palavra misteriosa


Nunca pensei que uma simples palavra, tão comum, e tão sem importância fosse me causar uma imensa alegria quando a li, parecendo demoradamente no instante em que estava a minha frente, escrita em preto, num fundo azul claro. Um sorriso no rosto e mais de uma vez passei meus olhos pela mensagem que me foi enviada, aonde possuia a palavra tão bela quanto aquela no visor do meu celular. E só mesmo a pessoa que amo tanto poderia fazer daquela palavra, uma palavra especial e com um imenso significado como na mensagem. Se não fosse por ela, dizendo especialmente para mim, a palavra seria só mais uma dentre outros substantivos comuns.

Nem mesmo um "te amo" me fez ficar feliz como fquei e fico ao pensar no que esta palavra vai gerar, uma ação futuramente. Até gerou um texto, que é este que escrevo. Isto jamais havia acontecido, e é meio estranho, confesso, escrever sobre uma palavra sem graça, que eu não gosto tanto, e só agora, ela me faz sentido e nunca me pareceu tão bela, pelo o que está me significando.

Um "te amo" deveria valer mais do que esta mera palavra, eu sei, e todos sabem! Porém, não é só pela palavra, pelo que significa, mas é também pela ação que será gerada - como dito acima - no futuro. Passará de um simples substantivo comum para um objeto valioso, que representará não só um "te amo", mas como toda uma história vivida - e ainda vive! - por duas pessoas que se amam muito. E se não se amassem de nada valeria esta palavra, este objeto, que enfeitará em breve meu dedo, indicando para todos verem que eu tenho compromisso com alguém e que meu coração tem dono e que eu também sou dona do coração dele.

Simples palavra, mas com um significado e valor imenso para mim, ainda mais quando for passado de uma "teoria" para uma ação, um objeto.

Se quer saber qual palavra é - se ainda não imaginou ou não desconfiou - basta olhar em nos dedos de alguns casais apaixonados, sejam eles namorados, noivos ou casados, pois o significado e a representação é a mesma: de amor.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Amor

As ondas do mar
O meu amor vai levar
Numa tarde de verão
Bate forte meu coração
Amanhã não se sabe
Se você irá me amar
Só saberei
Se estiver escrito no seu olhar...

(2004)


*Primeira poesia*

domingo, 8 de junho de 2008

Tristeza

Eu até poderia fazer um texto falando sobre minha situação no momento e dizer o pouco que o meu coração me diz agora, mas como isso é uma coisa minha, basta que apenas meu diário e meus amigos mais íntimos saibam. Minha vida não é pra ser exposta em público (apesar desse público não existir aqui...), então vai um poema bem antigo meu, que só pelo título dá para se perceber minha situação...


Tristeza

Tristeza,
É uma coisa que não é ilusão
Despedaça meu coração
Tento melhorar
Mas só consigo
É piorar.

Vejo em volta
A minha revolta...
E o pior...
Ninguém para me ajudar.
Meus olhos
Já não agüentando mais,
Deixam cair lágrimas sobre o rosto.
A tristeza é só na vida,
Mais um desgosto...


(2004)


Sem mais...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Janela Entre Dois Mundos


Abriu a janela, como de costume de todas as manhãs. Sentou na mesma cadeira, seguiu o mesmo ritual de sempre, para realizar a mesma tarefa de todos os dias, desde muito tempo atrás.

A janela em frente pertencia a uma outra casa, bela, com muitos cômodos, árvores a sua volta, poucos andares, de cor clara, proveniente do século passado e que escondia entre as paredes a mais doce criatura que já vira, mesmo não vendo outras por aí, já que vivia trancafiado na sua grandiosa casa.

Ele tinha uma idade bem avançada a dela. A viu crescer, a amadurecer. Acompanhou, de longe, muitos sorrisos e muitos choros seus. Sabia um pouco da sua vida, esta que passara naquelas janelas, naquela porta, naquela rua. E apesar de saber pouco, sabia, o que para ele era suficiente para tamanho encantamento.

Não era necessário ver televisão, pois já tinha uma programação exclusiva só para ele.

Fofoqueiro por saber da vida dela? Podia até ser, e os outros poderiam o chamar do que quiser, nada o faria mudar seu velho hábito. Tão velho quanto ele, e percebia isso quando olhava para ela, agora adulta, mulher feita, ainda mais bonita como quando era criança.

Mesmo velho, solteiro, morando sozinho naquela casa grande, silenciosa e obscura (o que fazia parecer estar vazia) gostava daquele mundinho só seu, se sentia bem ali, sozinho com seus pensamentos e a companhia distante de Diana, e era feliz, apesar de não parecer, pois além de como vivia ali, não cuidava de si, estava sempre desarrumado, bagunçado, com o cabelo despenteado, barba sem fazer, nem ao menos aparava, só muito raramente. Só era magro porque quase não comia. Passava mais horas olhando Diana do que se preocupando em comer. Só se alimentava, pois o vizinho de trás da sua casa, Óliver, sempre levava comida que, em troca, dava algum dinheiro. Ou às vezes, muito raramente, ia ao mercado. Nada importava mais que Diana, nem a si mesmo, só ela, mais ninguém, mais nada...

Sua paixão doentia, sua obsessão era tão grande que tomava conta de seu corpo e, principalmente, de sua mente.

Atrás de toda sua aparência horrível e a tristeza em seus olhos havia um homem bom e razoavelmente bonito, a ponto de encantar muitas mulheres, mas isto, nem ele mesmo sabia...

Foi naquele dia que as coisas começaram a mudar. As árvores, que haviam em volta da casa de Renato foram arrancadas, devido aos postes de luz, deixando a casa dele à mostra, como se tivesse saído de algum esconderijo em que Diana não pudesse ver. Renato desapontado com a surpresa, nada pôde fazer, nem mesmo reclamar com a Companhia de Luz.

Ela estava viajando em um congresso e quando voltou, como de se esperar, percebeu aquela magnífica casa que havia em frente a sua. Parou, observou com atenção e resolveu ver a casa por dentro. Como não morava ninguém ali, achou ela, resolveu procurar nas construtoras a chave da tal casa. Mas ao descobrir a notícia, de que sim, morava alguém ali, ficou intrigada. Não havia conseguido ingerir a notícia.

— Como em todos esses anos que moro aqui nunca percebi que mora alguém aqui nenhum sinal de mudança, nenhum movimento, nenhuma luz acesa...Como pode isso? – pensou Diana cada vez mais confusa

Não esperou mais nenhum momento, e caminhando depressa, tropeçando em suas próprias pernas e em seus pensamentos confusos foi à casa misteriosa.

Renato observava tudo e a cada passo que ela dava seu coração acelerava mais e mais, seus olhos ficavam maiores, de tão arregalados que estavam, suava frio, não sabia o que fazer em anos. Parecia um adolescente que amava pela primeira vez. A rotina era sempre a mesma, não havia o que mudar. Era sempre a mesma hora de chegada, mesma hora de saída, os mesmos dias para os mesmos compromissos para os mesmos locais. Era tudo igual, só uma vez ou outra que saia para outro lugar.

Os olhos dela observaram um pouco mais a casa, e por um instante pareceram ir de encontro aos dele, que agora deixavam cair gotas de lágrimas desesperadas. Um nervosismo tomou conta dele e de modo que se afastava dela, dentro de sua casa, ia esbarrando nos objetos que não via. Seus olhos não piscavam, não queria perder um segundo sequer da cena que, pela primeira vez, vivia com ela, sua amada de tantos anos... Pela primeira vez estava nervoso ao vê-la, desejava não a ver mais, mas estava concentrado demais para desviar sua atenção e mesmo que quisesse seus olhos não o obedeceriam.

Ouvia-se um barulho do lado de fora da casa, deixando Diana um pouco assustada e com medo, mas que agora acreditava que realmente morava alguém ali.

A cena seguinte durou segundos, mas para Renato pareceu ter durado minutos, muito mais do que realmente durou, como se fosse um filme assistido em câmera lenta, mas que este não havia pausado, muito menos dado stop. Um filme que ele tinha que assistir de qualquer maneira, ou melhor (ou seria pior?), teria de viver de qualquer maneira.

Diana tocou a campainha, aguardou um instante e voltou a tocar.

Enquanto isso no interior da casa havia um homem desesperado sem saber o que fazer, sem saber como reagir. Acalmou-se (pelo menos tentou), enxugou as lágrimas, olhou sua roupa, arrumou os cabelos com as mãos no espelho perto da porta, sentiu seu bafo e sentindo que não estava bom, pegou os chicletes que Óliver havia deixado ali, segurou a maçaneta tremendo com o coração quase saindo pela boca, e finalmente, não acreditando no que estava fazendo, abriu a porta. Um vento bateu em seu cabelo mostrando-lhe a face.

Ela se virou de imediato levando um susto. Olharam-se por um instante sem dizer nada. Não era preciso para Diana perceber os olhos tristes daquele homem que parecia ter um rosto bonito, e que só não dava para ver, pois sua barba, que começava a ficar grisalha, e seus longos cabelos escondiam.

Abriu um sorriso e lhe disse um “oi” - com sua voz doce.
— Oi – ele respondeu com a voz surpresamente calma e fria, segurando-se para não soltar a lágrima que queria escorrer de seus olhos.

Esperou ela lhe dizer mais alguma palavra com sua bela voz.
Procurou palavras, se enrolou, mas não sabia o que dizer. Não tinha pensando no que ia dizer ao chegar lá, nem mesmo imaginava como seria a pessoa que habitava aquela casa misteriosa. Foi direto ao ponto e explicou o que fora realmente fazer lá.

Abriu um sorriso, respondendo ao dela, e disse, mais uma vez surpreso com sua própria reação:
— Tudo bem, sem problemas.

Ele era um adulto, não tinha por quê ficar nervoso como um adolescente, apesar de, no momento, estar parecendo e se sentindo um.

Simpática como sempre fora, apresentou-se e puxou algum assunto, como lhe perguntar sobre a casa e um pouco sobre ele. Entrara na casa a convite dele (mesmo com a bagunça que havia), e conversaram por um bom tempo. De vez em quando ele não prestava atenção no que ela dizia e sim nos seus gestos, seu sorriso, suas expressões, em todos os detalhes. Fora embora depois que recebera um telefonema. Despediu-se e prometeu voltar.

Ao sair, ele pulou de felicidade como uma criança que acabara de ganhar aquele presente tão esperado de natal. Nunca se sentira tão feliz em sua vida desde de que perdera, na época de faculdade, a sua virgindade.

A partir daquele dia mudou. Não deixava sua casa mais bagunçada, se alimentava direito, mas só não se arrumava, pois isto Diana mesma iria cuidar, disto isto pela própria. Ganhou vida quando seu mundo se encontrou com o dela.

Ela voltou como prometido mais e mais vezes. Tornaram-se bons amigos, cuidou dele como devia. Até se sentira atraída por ele, pois ele era realmente bonito. Quase caíra na tentação. Encantou-se com tantas histórias e conhecimentos dele. Parecia uma criança que descobria o mundo através de histórias contadas por um sábio.

Mudaram um pouco a rotina, ela começou a passar mais tempo em casa, para conversar com ele, saia poucas vezes com os amigos, ainda mais que os tempos de baladas haviam morrido um pouco. Ele não precisava ficar sentado naquela mesma cadeira, fazendo as mesmas coisas de sempre, tudo em relação à Diana. Pra que precisava ficar o tempo todo em frente àquela janela, se podiam muito bem conversar através dela?

Dois mundos paralelo que se encontraram e agora, um fazia parte do outro.

Mas aí veio a tragédia. Quando Diana novamente viajou para um de seus longos congressos Renato sofrera um ataque cardíaco de surpresa. Só soube da notícia depois que chegou de viagem, quando Óliver lhe disse aos prantos o que achava que havia acontecido. Desesperou-se e foi correndo à casa dele.

Ao chegar, entrou devagar na casa e foi lentamente, com seu coração acelerado, de encontro com ele, com medo do que poderia ver. Ele se encontrava em sua cama rodeado de fotos e anotações, tudo relacionado a ela. Seu rosto já estava pálido, sua boca roxa e seu corpo estava gelado como a temperatura lá fora. Ao ver esta triste cena, chorou em prantos em cima das fotos e dele. Chorou de tristeza e de ódio. Ódio por saber que sempre fora vigiado por ele e nunca ter sabido disso e por ele nunca ter lhe contado isso, ódio por não ter contado a ele o que sentira em seu coração, algo tão forte e tão bom que agora era convertido em dor, a dor que um dia ele sentira em toda sua vida, que agora era dela, que agora ela carregava, e não haveria cura, apenas feridas e algumas cicatrizes.

No enterro havia poucas pessoas, alguns poucos amigos, alguns poucos parentes distantes. Diana não parava de chorar no colo de Óliver, que a consolava com um aperto no coração por vê-la assim e por ter perdido um grande amigo, depois de tantos anos o ajudando e de parceria, desde que se mudaram, depois da época da faculdade, para a mesma rua, nas casas vizinhas, e tudo aquilo ele lembrava como se fosse um filme passando em sua cabeça, como se estivesse vivenciado tudo aquilo como se fosse hoje, mas hoje era um dia muito triste para uma pessoa muito alegre, até ter encontrado sua obsessão, que agora chorava em seu colo soluçando com o rosto todo molhado de lágrimas.

Óliver, não gostava muito de Diana, por ter deixado seu amigo do jeito que via todos os dias, naquela grandiosa casa, largado no escuro. E apesar de Renato sempre afirmar que era feliz via em seus olhos já cansados, a tristeza da solidão. Depois que Óliver a conhecera via que Renato poderia ser feliz, mesmo com a janela que os separava, mesmo sem nenhum contato, e pôde perceber isso apenas com o carisma que via de longe quando ela e Renato começaram a se falar e a se tornarem amigos.

Rosas atiradas ao caixão junto com a última despedida, a mais dolorosa de todas. O adeus final era dado com o aperto no coração de Diana e de Óliver.

Diana se mudou para a casa de Renato e cuidou de tudo como deveria, deixou tudo como ele havia deixado antes de partir. Olhava tudo que era dele todos os dias, fotos, anotações dela, seus livros, histórias, e tantas outras coisas. Só assim o mantinha perto de si. Era a única maneira de deixá-lo vivo em sua mente, pois em seu coração sempre estaria vivo. Chorava todas as noites na cama em que se deitara com ele apenas uma única vez.

De perto, mas também de muito longe havia alguém por ali, que sempre a via linda, mesmo quando estava desarrumada ou mesmo triste, o que deixava o coração ausente daquela alma do mesmo jeito que ela, triste, mas sorria sempre quando ela sorria e curtia cada momento junto a ela, mesmo estando tão longe, como não queria.

Mas ela não sabia que ele nunca fora embora da Terra, nunca soube que ele sempre esteve em forma de espírito por perto e que só iria descansar em paz quando ela também fosse embora da Terra.

Ela, apenas sentia a presença dele, como se estivesse sempre junto dela, o que de fato acontecia. Pensava diversas vezes se ele não estivesse algum momento ali com ela, vendo o que estava fazendo, organizando suas coisas como ele gostava, entre tantas outras coisas que ela fazia só pensando nele, e ele chorava lágrimas vazias e invisíveis quando ela sempre pensava nele e começava a derramar suas lágrimas no seu delicado rosto.

— Como queria que você estivesse aqui...meu...amor... – dizia para si quase todas noites, em especial quando via fotos deles juntos...

Não agüentando tamanho sofrimento, tanto dele, tanto dela, conseguiu ir buscá-la na noite em que completava o 10° aniversário de sua morte. Com o ar quente, das chamas do incêndio, como o amor que um dia viveram, ele selou o amor daquela vida para sempre...





De 4 de abril/5 de maio a 25 de maio de 2008 (terminado)


terça-feira, 29 de abril de 2008

Pra Nunca Mais Voltar


No telejornal, as mesmas coisas de sempre: desgraça, morte, corrupção, violência, doenças, guerra, miséria e fome.

"Hoje foi feita mais uma vítima das seqüências dos seqüestros relâmpagos. Só esta semana já foram cinco contando com..."

Houve-se o barulho da televisão desligando. Jéssica a desliga já não mais agüentando tanta coisa negativa que destrói cada dia o mundo.

Sua irmã a olha como se quisesse perguntar: "Por que você fez isso? Eu estava vendo!", e responde antes que faça a pergunta:

- Não agüento mais ver isso! Não há necessidade! É sempre a mesma coisa, sempre as mesmas tragédias... Vou dormir... - anda em direção ao seu quarto, mas volta para dizer: - Aliás, só me acorde quando isto tudo acabar e o homem finalmente tiver consciência do que faz, das conseqüências que ele cria pra si, ok?

- Mas isto não vai acabar tão cedo!

- Por isso mesmo... Boa noite e adeus!

Ela segue pro seu quarto, pra nunca mais voltar...

domingo, 20 de abril de 2008

Índio


O que é o índio hoje em dia?

Já não são mais como antigamente, que vestiam suas prórprias vestes, mantinham seus mesmos costumes de ÍNDIO.
Hoje, eles querem ser como o "homem branco": querem vestir as roupas eles vestem, pintam o cabelo, usam chinelo, sapatos, etc... isto tudo perdendo seu cotume mesmo de índio... =(

Como é tão lindo ver um índio de cabelo lisinho, preto, em forma de cuia ou longo, como das mulheres, com franjinhas, com o rosto pintado com a tinta que eles colheram, seus cocares cheios de belas penas e penduricalhos, pulseiras, colares feitos pelas mãos das índias, comendo aquela comida que as índias colheram e moeram e os peixes que os homens pescaram à beira do rio, morarem em cabanas, ocas, dormir na rede, falando seu dialteto único, entre tantas outras característas próprias do índio...

É triste, muito triste saber que eles querem seguir o mesmo "passo" que o homem branco, pois eles são criaturas tão puras, e agora, uma vez misturado com o homem branco e suas coisas não tem mais volta...

As crianças nas escolas já não podem mais se fantasiar com cocáres e rosto pintado como se vê, mas sim com bonés e rostos pintados para homenagear...

Por isso os admiro: por sua coragem, por sua sabedoria (principalemente), seus costumes, suas curas com ervas, etc, enfim, todo seu jeito de viver, que é especial e único, e infelizmente isto tudo está se perdendo, pouco a pouco...

Tá certo, eles querem descobrir o novo mundo, pois este que nós vivemos é novo para eles e eles querem ver o que temos no nosso mundo que eles não têm, querem ver novas coisas, mas por isso, ao descobrir, acabaram querendo usá-las, incorporando em seu dia-dia. E isto, visto ao meu ver, é muito triste, pois eles acabam perdendo sua origem, deixando para trás o tradicional índio...

Eles podem rir com nosso mundo, achando tudo maravilhoso, e enquanto isso eu choro por deixarem seus costumes, tão belos, de lado...

domingo, 13 de abril de 2008

Desânimo

E depois de tanto tempo eu voltei a te encontrar...no momento, meu refúgio. O encontro com os fantasmas daqui, deste lugar tão vazio quanto o nada...

Eu preciso desabafar, e ó único que pode me "escutar" é esse espaço que agora escrevo. Palavras vazias com um coração, talvez, vazio.

Não há ninguém para ver estas minhas palavras de tristeza, de desânimo, ou ao menos comentar sobre e me perguntar: "O que foi Vivian?", fazendo uma cara, na qual não vejo, de tristeza ou pelo menos parecendo, por eu estar assim... E eu me importo com isso? Nem um pouquinho que seja. O que quero agora é desabafar, se alguém verá isso já não estou nem aí... Poderia escrever no Bloco de Notas ou em qualquer lugar escondido, mas não quero escrever. Quero que estas palavras estejam libertas nesta tela de computador e não em um quadriculado dentro da tela...

Meu desabafo principipal e minha razão por estar agora aqui é de desânimo. E por quê? Isso eu também não posso responder... Mas queria saber... Talvez seja porque eu sou "de lua" e aí eu fico assim. Eu sempre fico assim, já estou acostumada. E sabe, como é de costume, até peguei gosto pela coisa... até gosto de ficar pra baixo do nada...triste sem motivos, porque eu, vendo minha vida neste instante de toda sua parte, sou muito feliz! (eis que surge o primeiro ponto de exclamação), mas agora, nesta hora, são tão infeliz, e por isso sempre deduzo que fico triste do nada...como se fosse um milagre dos céus...

E quando isso começou?
Que eu me lembre...foi quando eu sentei nesta cadeira de madeira, olhei pra esta tela de 15" quadrada e então vi uma certa pessoa online no MSN. Se fosse como o costume iria falar com ela, mas a conversa que tive há 2 dias atrás me fez com que eu não fosse falar com ela. O motivo? Bobo: falei com ela tal coisa, como abrindo meu coração, em relação a ela mesmo; ela disse:

- Não sei o que dizer...

- Então não diga nada...

E aí, ela me disse coisas que não precisavam, não tinha nada a ver com o que eu disse, ou comigo, ou com a gente, apenas o que tinha acontecido com ela. Nada grave, apenas uma mudança. Mas sabe (?), eu preferiria que ela não tivesse dito nada, a ausência de palavras seria melhor.

A conversa acabou, pois eu não me sentindo bem, devido ao que se passara ali, fui embora com uma coisa incomodando meu peito. E meu coração sempre faz isso: sisma com algo bobo, como isto, e eu tenho de aceitar e ficar para baixo... E por isso que digo: nem eu me entendo. Meu coração tem "reações" que eu não consigo entender o porquê e eu preciso aceitar... É a vida...é a MINHA vida... Eu sou assim, "aceite-se, Vivian" - é o que posso dizer a mim mesma...

E vamos parando por aqui porque isto está virando um diário. Só espero que eu consiga me animar, nem que seja um pouco e enquanto isso fico sozinha... e indo mais pra baixo... caindo no poço sem fundo... Sorte minha que ninguém (pelo menos imagino assim) vai ler isto aqui.

Pode ser que apareça alguém falando comigo, e esta pode ser ELA, mas serei desânimada, respondendo às perguntas sem muita cerimônia, dramática como este longo texto, e ela fará aquela pergunta acima, eu diria "nada", e a conversa ficaria nisso mesmo...

E talvez eu mostre pra umas poucas pessoas isto... pois apesar de não dever mostrar, algo mais forte dentro de mim vai querer mostrar. Eu sou assim. E aquela pessoa, que me deixou assim (eu acho), ou melhor dizendo, que deve ser um pouco responsável por eu estar assim (e sem motivos "concretos"!), virá amanhã falar comigo na escola e eu abrirei um sorriso, feliz por vê-lo, depois de algum tempo sem vê-lo direito, devido à semana de olimpíada na escola. Abraçarei, ficarei feliz, animada, quem sabe... como de costume... Até a procurarei nos intervalos das aulas e o osbervarei lá de cima, do 3º andar, no recreio, como de costume em minha rotina... Isto tudo, creio eu... mas pode não ser assim...certo? Certo... - responde minha mente.

Ainda vão surgir palavras dentro da minha cabeça que eu vou querer escrever aqui, mas isto não farei, senão, apesar de o tempo estar passando rápido sem que eu perceba, só farei isto, mesmo não querendo fazer nada. E não seria uma má idéia ficar escrevendo, escrevendo, até escrever um "livro" (eis que surge algo... "irônico" dentre tantas palavras desanimadas) para ninguém (ou poucas pessoas) ver(em)

Enfim... até mais ver querido... (?)

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Encontro



Sempre imagino da mesma forma o encontro

que eu espero há algum tempo, ou melhor dizendo, há muito tempo, pois apesar de ser poucos meses, pra mim é muito. Cada dia caminha tão devagar que parece que passam o tempo em câmera lenta, ainda mais sabendo que eu estou longe do final feliz.

Mas isso não me impede de imaginar o tão esperado encontro como quero...
O cenário é a praia de Icaraí, situada onde moro, que está vazia: sem carros nas ruas, sem pessoas caminhando nas calçadas. Há somente ele me esperando num porto perto do campus da UFF; perto da pracinha. Ele está debruçado numa espécie de grade, no qual não existe de verdade, olhando distraído para o mar.

O dia está nublado, com o céu totalmente branco, como uma folha de papel, em que fossemos escrever com as nossas mãos a nossa história que se seguirá nesta grande folha.

Eu caminho lentamente, vindo do lado direito dele, olhando fixamente para ele que continua distraído sabe-se lá com o que.

Meu coração dispara a cada passo dado. A ansiedade toma conta de mim, fazendo-me suar frio. Só consigo ouvir meu coração desesperado, gritando para que todo esse momento de tensão, mas de extrema felicidade, acabe, deixando tudo suave...

Aproximo-me cada vez mais dele sem que perceba minha presença, somente quando paro ao seu lado. Ele se vira já olhando em meus olhos e fazendo surgir um largo sorriso. Respondo-lhe com o mesmo.

Não há palavras, só gestos. As palavras são desnecessárias. Todo gesto foi esperado há tanto tempo assim como este encontro, que parece que aconteceu por acaso, sem que esperássemos acontecer neste instante, mas que na verdade esperamos isso desde que nossos corações batem, de forma diferente.

Ele acaricia meu rosto, deixando que ele tome as decisões do que fazer. Estou hipnotizada só esperando o que ele quiser e por isso não posso mais seguir minha linha de pensamento. O encontro em minha mente acaba aqui... Já não sei o que faríamos e não cabe a mim imaginar...E sim ao destino, que a nós pertence.

Fim da linha.


Escrito em 30/01/2008

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sonho


Hoje, sonhei com você
Sonhei que você sorria para mim
Eu podia te ter
Estava em seus braços enfim...

Te observava calmamente
Enquanto um livro você lia
Estávamos juntos finalmente
Aos seus beijos entregar-me-ia

O pouco que durou
Logo se acabou
O que restou foi mais um sorriso
E uma lágrima, que do meu rosto desabou

Tentei arranjar um improviso
Para que o sonho durasse
Mas os meus olhos vacilaram
E fez com que tudo se acabasse...

Restou somente a lembrança
E tantos pensamentos felizes
Junto com a bem-vinda esperança
De tornar realidade o sonho e a lembrança...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Gélido


Faz um frio agradável
Sem muita cerimônia
E sem muitas brisas
Que tocavam minha nuca.

A temperatura gélida dos metais
Tocam minha pele
E me fazem lembrar
Da pacata e sombria morte.

As flores rosadas
Junto com o céu cinza
Mostra-me uma mísera sensação
De felicidade e conforto.
Um contraste que qualquer ser,
Tolo ou sagaz, notaria.
Parece mágica o que esta Bela Dama faz.

No leito do meu peitoBate um coração negro,
Como a noite.
Mas não duro como a rocha.

Suspiros gelados
A cada respiração ofegante
Desesperam-me a cada passo trilhado,
Nesse chão de terra molhada.

Quero chegar no monte
Em que o sol se torna gelado.
Onde o pôr-do-sol
Torna-se azul.
E é enfeitiçado pelos olhos
De quem vê.

Permanecerei lá,
Quando céu e terra se encontrarem
Na mais bela paisagem jamais vista...
Aonde os homens se renderão
Aos encantos da Bela Dama...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Guerra, Pra Quê?


Guerra, pra quê?
O mundo precisa de concertos
E não de mais estragos

Aonde está a consciência decente das pessoas?
Deve estra hipnotizada
Com alguma merda
Para cobrir seus luxos,
Seus caprichos

O mundo precisa de paz
E todos també querem
Mas cadê a força maior?
Cadê a verdadeira consciência?
Ops! Sumiu!

Hey! Isso não é bom pra mim
Isso não é bom pra você
Ninguém percebe isto? (não percebe? oh, não...)

O mundo precisa de ajuda,
Da nossa ajuda!
Somos os únicos que podem o salvar
Também os únicos que podem destruir realmente
Ninguém entende isso? (não!)
Todos estão cegos com as maravilhas artificiais
Que o mundo irreal criou
E que se dane o mundo!
Que se dane se ele está sendo destruído!
"É comigo? Não..."
Está enganado se pensa assim!

Você também mora no lugar chamado Terra
E ela está cansada de ter tantas feridas
De levar tantas pancadas
Que seus filhos fizeram e fazem.
Ela chora em silêncio
Mas ninguém percebe
Só alguns anjos que permanecem aqui em baixo

Nessa luta
O Mal está vencendo o Bem
E vai piorando cada vez mais
Só perceberemos quando o mundo explodir
Ou nem isso... Já que estamos cegos, surdos e mudos

Hey, acorde!
Está na hora de despertar!
Você já dormiu demais
Perceba como o mundo está agora.
Você queria apenas tirar um cochilo,
Descançar do mundo
E acabou dormindo profundamente...
Enquanto isso o mundo piorava cada vez mais Isso por sua culpa!
Não percebe isso? Como pode?
O mundo não mudará
Enquanto alguém dormir
E isso, bem isso muita gente está fazendo
Há muita gente dormindo
Mas será que tem gente acordando?

Olhe lá para fora!
Está vendo?
Que está chovendo?
Pois é...são os anjos...
Os anjos chorando por tudo o que acontece aqui
Porque não conseguem mudar
As cabeças de quem conta...
Ou seja, você e todos...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Papéis


Estes papéis que voam no meu quarto
São as cartas que eu planejei
Escrever, um dia, para ti
Eles voam como o meu amor que,
Voou quando tu me dissestes aquelas palavras
Tão frias como quem as criou...

Ah, amor, Eu possuía tantos planos para nós.
Tantas cartas ainda te mandarias
Com as mais belas palavras que você adoravas.
Mas tu fizestes questão de dizer
Tudo o que eu não queria.

Agora, quem faz questão sou eu
De queimar todas estas cartas inúteis,
Como quando dissestes que
Eu não tinha mais valor para ti.

Levarei este resto de papéis queimados
Ao cemitério mais sombrio da face da terra
E os enterrarei no túmulo
Aonde se encontra o nosso "doce" amor...
E escreverei "guaradado com muito carinho"
Assim como você me dissestes aqeulas palavras
No dia em que me destes adeus...

Pra início de conversa...um poema meu! ^^
Seja bem-vindo!

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