segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quase de sangue

Hoje, num espaço de tempo relativamente curto, porém com uma sensação de ser longo, eu parei para refletir um determinado assunto, que em seguida deixou-me um pouco triste.
Pessoas têm afinidades com outras "específicas" (entre aspas porque não chega a ser no sentindo literal desta palavra), mas podem ter também a lábia de chegar e conversar com outras pessoas. Ok.

Só não entendo como isso não pode acontecer com uma pessoa sequer, que, analisando os fatos, é quase do mesmo sangue. Tantos anos passaram e não houve muito progresso. E mais estranho é amar essas pessoas mesmo tendo quase nenhum contato; exceto pelas reuniões de família e por acaso num esbarrão na rua ou com amigos em comum.

Pessoas quase do mesmo sangue que muitas vezes são unidas, quase como irmãos, ou melhor do que isso, visto que irmão, na maioria das vezes, não são tão unidos assim (é claro que tem exceções, mas ao meu ver não...). Mas isto, isto não ocorre comigo e com muitas pessoas da minha família.

É estranho isso, esse afastamento entre primos, ainda mais de 1° grau. Chega até ser meio absurdo. E eu já vi, pelo menos uma pessoa ficar espantada com tal comportamento.
Eu me entisteço. Gostaria muito que essa realidade fosse outra. Gostaria de poder ser mais unida com meus primos. Eu poderia e posso mudar isso? Sim, eu posso. E tentei um pouquinho hoje, mas minha timidez e minha falta de coragem falaram mais alto diante do imenso silêncio... Ainda por cima tentei com a pessoa que eu sei que me adora e que eu adoro também. Tentei com a pessoa que mais me identifico diante do círculo de sete primos. E pensar que com esta mesma pessoa, anos atrás, eu brincava, eu era mais próxima do que sou hoje. Geralmente, quando crescemos temos a tendência de sermos mais simpáticos e educados com as pessoas, fazer a "social", porém, não foi o que aconteceu no decorrer da carruagem desta relação. Maldita é a timidez!

Foi um sonho quando vi a aproximidade entre nós, seis anos atrás. Pensei que ia decolar, mas só aterrisou... Foi sonho também ano passado, quando não só iríamos estudar na mesma escola, mas além disto. E ficou ainda pior, pois nem no MSN nos falamos mais. Às vezes, pessoalmente, tem-se um surto de simpatia e não-timidez, mas o efeito dura pouco. Gostaria muito de mudar esse quadro, mas não gostaria de tentar sozinha.

Gostaria de poder sentar e conversar com meus primos, por horas, contar segredos, ouvir conselhos, sair além das reuniões em família, mesmo que eu seja a única no meio de muitos. Gostaria sim de ser mais próxima deles, mas gostaria de ser assim em especial com um. Gostaria de ter uma boa conversa com ele pessoalmente e não por MSN (quando tínhamos). Lamento por isso, lamento ainda mais por não ter a devida coragem de "fazer a íntima", chegar chegando e conversar num papo animado e até haver troca de carinhos, como primos fazem...

Mero sonho... Triste realidade...