segunda-feira, 16 de julho de 2012

Criaturinha



Com letras redondas e perfeitas
A mais doce poesia ela escreve
Num papel perfumado com seu aroma
Com sua pena delicada ela escreve

O poema doce cresce e toma forma
Mostrando em lindas palavras sua beleza
Sem se preocupar com a métrica e a norma
E sem falar de nenhuma tristeza.

Escreve, escreve, criaturinha com fel aguçado
Ou deveria dizer açucarado?
Tão doce tudo o que faz
Que inválidas são as redundâncias
E de tudo ela é capaz.

De onde tiras tanta doçura?
É tanta que até as abelhas têm inveja
Pois só trabalham e não têm desenvoltura
Para criar tanta belezura!

Mas coitadinhas das abelhas
Em seu trabalho dão um duro danado
Fazem um maravilhoso mel
Que a criaturinha não pode ter imaginado
Apenas usa-o para aguçar mais seu fel
Tecer sua doce poesia perfeita
Enquanto sonha que é anjo e está no céu...


Vivian Machado 
7-9/07/2012


terça-feira, 10 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vídeos

Está dada a largada para postar diariamente um vídeo de alguma banda que eu tenha gostado ou algo assim do tipo (sugestões são bem-vindas, mas só postarei aquelas que meus ouvidinhos gostarem!)
Então para começar, uma que eu acabei de escutar e adorei!
Banda apresentada por Gil Navarro! ;)


Imagem

Apresentado
Encantado
Apaixonada
Assim ficou

Sonhando
Cantando
Amando
Assim estou

E ela,
Carinhosa
Esplendorosa
Amorosa
Assim me conquistou

Sem ela
Sem trela
Sem o perfume dela
Como ficou?

Eu espero ela
Voltar
Caminhar
Aproximar
E a realidade se tornar
De algum infeliz que a criou...

- 09/07/2012 -

sábado, 7 de julho de 2012

Ninguém está lá

Eu olho para a janela à procura de alguém
Ninguém está lá
Porém, é forte a sensação de um olhar em mim
Olho novamente, ninguém está lá.

Então meus olhos tristonhos no quarto caem
Assim como lágrimas que escorrem de encontro ao chão.
Meu desejo é que tivesse alguém lá,
(Mas ninguém está lá)
E que houvesse um olhar daquela janela para cá.
Para quebrar a solidão que há muito vivo...

A solidão que afundo-me por falta de opção.
Eu quero tudo isso quebrar
Porém eu não consigo!
Eu fico à espera do alguém à janela aparecer
Trocar um olhar e escondido rir.
Quando vejo, ninguém está lá...

Um momento tão bobo
Eu mesmo assim espero e não me canso
A esperança é a última que morre
Mas será que ela já não morreu?
Ainda vejo que ninguém está lá...
A minha mania está e a sensação de vigia também...

Olho, com minha esperança morta-viva, novamente a janela
E olha! o alguém está lá!
Entretanto por estar lá, eu finjo que não está
E tudo na mesma continua...

Ninguém está, mas também não está lá...

- 07/07/2012 -

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A noite


Pássaros negros sobrevoam na noite fria. O vento sopra e assovia entre os galhos secos da árvore, quebrando o silêncio por alguns instantes.
As folhas da árvore, caídas no chão, farfalham entre si, agitadas pelo vento, logo se calam, sobre o chão.
Ao longe, ouve-se o pio de uma coruja que pare não se incomodar com o frio cortante.
Novos sons são ouvidos, quebrando a melodia do vento. São passos vindos dos dois lados. Caminhavam sobre o chão de pedras; os passos ficam mais próximos e mais altos. Encontram-se e para. São dois jovens. No momento, os dois se olham e ficam admirando a troca de olhares que fazem, em silêncio de corpos e olhares.
O vento novamente volta, para encobrir os dois, que de repente, com o movimento das mãos de ambos que cortam aquele. Agora, carícias são trocadas com a hipnose que envolveu os dois.
Sorrisos surgem, e em seguida os lábios quentes dele tocam os lábios suaves dela. Um beijo é dado, enfim. O calor de ambos se forma em um só, na harmonia do ósculo.
O cabelo longo e cacheado dele balança junto com o cabelo longo e ondulado dela, encontrando-se e escondendo o beijo deles.
O longo beijo é interrompido. O sino da igreja toca; é meia-noite. Os dois se olham, abraçam-se e seguem juntos para a escuridão da cidade. A lua os ilumina. Ao redor, tudo volta ao normal, pois o encontro do anjo com a bela mortal já aconteceu. A agonia acabou...


- 8/11/2007 -