domingo, 3 de fevereiro de 2008

Encontro



Sempre imagino da mesma forma o encontro

que eu espero há algum tempo, ou melhor dizendo, há muito tempo, pois apesar de ser poucos meses, pra mim é muito. Cada dia caminha tão devagar que parece que passam o tempo em câmera lenta, ainda mais sabendo que eu estou longe do final feliz.

Mas isso não me impede de imaginar o tão esperado encontro como quero...
O cenário é a praia de Icaraí, situada onde moro, que está vazia: sem carros nas ruas, sem pessoas caminhando nas calçadas. Há somente ele me esperando num porto perto do campus da UFF; perto da pracinha. Ele está debruçado numa espécie de grade, no qual não existe de verdade, olhando distraído para o mar.

O dia está nublado, com o céu totalmente branco, como uma folha de papel, em que fossemos escrever com as nossas mãos a nossa história que se seguirá nesta grande folha.

Eu caminho lentamente, vindo do lado direito dele, olhando fixamente para ele que continua distraído sabe-se lá com o que.

Meu coração dispara a cada passo dado. A ansiedade toma conta de mim, fazendo-me suar frio. Só consigo ouvir meu coração desesperado, gritando para que todo esse momento de tensão, mas de extrema felicidade, acabe, deixando tudo suave...

Aproximo-me cada vez mais dele sem que perceba minha presença, somente quando paro ao seu lado. Ele se vira já olhando em meus olhos e fazendo surgir um largo sorriso. Respondo-lhe com o mesmo.

Não há palavras, só gestos. As palavras são desnecessárias. Todo gesto foi esperado há tanto tempo assim como este encontro, que parece que aconteceu por acaso, sem que esperássemos acontecer neste instante, mas que na verdade esperamos isso desde que nossos corações batem, de forma diferente.

Ele acaricia meu rosto, deixando que ele tome as decisões do que fazer. Estou hipnotizada só esperando o que ele quiser e por isso não posso mais seguir minha linha de pensamento. O encontro em minha mente acaba aqui... Já não sei o que faríamos e não cabe a mim imaginar...E sim ao destino, que a nós pertence.

Fim da linha.


Escrito em 30/01/2008