terça-feira, 11 de agosto de 2009

Para o concurso de poesia




Corro em uma floresta fechada,
Sombria e deserta.
Relvas me confundem
Estou fugindo dos meus pensamentos
Que me perseguem,
Como uma alma indefesa
Que foge de seu predador.

Estou caindo e não vejo nada.
Não há ninguém para me socorrer...
Não há quem me acompanhe e me ilumine.
Só há um coração frio que ainda insiste em bater...

A escuridão me acompanha
A cada passo dado...
Cobre-me como um manto negro
Protege-me e me guia.
Sussurra em meus ouvidos
Palavras doces que me acalmam.

De tempo em tempo,
Sinto o toque de uma criatura,
Invisível aos meus olhos,
Que me enfraquece devagar...
Tira minha energia,
Mas me extasia...

Galhos de árvores e folhas secas
Fazem-me feridas.
Meu choro é mudo
No meio de tantas sombras.
A criatura se esconde.
Ainda sinto seu toque
Suave, porém estranho...

Escuto sons ao longe
Eles se aproximam ligeiramente
Não sei aonde ir, não sei o que fazer.
Estou perdida, estou sozinha.
Tenho frio, tenho medo...
A natureza se faz minha amiga
Cipós me abraçam
E permaneço confortável entre eles.
A lua surge no alto e me ilumina
Revelando meu sangue doce
Destacado em meio a tanto verde...

Eis que, à minha frente, a criatura surge;
Olha-me com seus olhos sublimes
Hipnotiza-me com sua silhueta
Diversas vezes desaparece
Estou sonhando? – pergunto-me
E enfim...Transforma-me em sua rainha
Tocando seus lábios macios
Em minha carne.
Entrego-me a ele
Como uma alma entrega-se
Aos céus.

A tempestade surge
Como viesse para comemorar
A união da criatura
A chuva lava o sangue
Que escorre de sua boca
Revelando minha sede insaciável
Devoro-te com meus olhos, então sublimes.
Compartilhamos, enfim,
Nossa sede... nosso desejo...
Nosso sangue... e nossa carne...
Não há mais medo,Não há mais vida...


OU







Fez-se a Lua para amar o Sol
E o Sol para amar a Lua.
Mas os dois foram separados
Causando uma dor crua.

Conosco isso não acontecerá.
Não posso viver longe de ti,
Dos teus olhos, que um dia me devorará,
Da tua linda pele nua
Que brilha com a luz da Lua
Todas as noites que te vejo
Todas as noites que te desejo...

E sonho que um dia serás meu
Poderei em seu corpo mergulhar
Perder minha pureza que já se perdeu
Nesse corpo que muito quero me entregar.
E em seus olhos me perder
Como a noite que se perde no alvorecer.

A tarde queima como meu coração
Que arde sem se ver.
Visto-me com veludo rubro do entardecer
Para seduzir e levar-te a tentação...

Na loucura da paixão
Cobrirei o teu corpo que tem alma de um deus
Com o brilho da Lua nesta noite da sedução.
Enfeitiçarei teu coração
Com o canta da Iara do ribeirão.

Venha, meu amor,
Caminhe nas nuvens comigo
Alivie minha dor
Acaricie minha boca com seus lábios.
Sua mão em meu rosto.
Mostre-me a morada dos anjos,
Deixe-me morar lá
Em sua casa, em seus sonhos...



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Então...qual é melhor para o concurso? oO