quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Natureza artificial

Vejo pontos luminosos ao longe
O que é, eu não sei
Poderiam ser os vagalumes
Mas logo, quando vejo
São lâmpadas dos prédios...

Vejo pontos luminosos no céu
O que é, eu não sei
Poderiam ser as estrelas
Mas logo, quando vejo
São as luzes dos aviões...

Vejo sombras no entardecer
O que é, eu não sei
Poderiam ser sombras de muralhas
Mas logo, quando vejo
São as sombras dos prédios...

Vejo gotas de água caindo
O que é, eu não sei
Poderiam ser gotas de chuva
Mas logo, quando vejo
São gostas de um encanamento...

Sinto um cheiro agradável
O que é, eu não sei
Poderia ser das flores dos campos
Mas logo, quando percebo
É de perfume industrial...

Sinto uma brisa refrescante
Daonde é, eu não sei
Poderia ser dos ventos das montanhas
Mas logo quando percebo
É de ventiladores...

Ando neste chão duro
De que é, eu não sei
Poderia ser da terra seca,
Mas logo, quando vejo
É de asfalto...

Tantas coisas a minha volta
Que sonho serem isto,
Mas logo, quando percebo
São daquilo, da natureza artificial,
Tão bruta como seu criador...

(8/12/2008)

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