quinta-feira, 5 de julho de 2012

A noite


Pássaros negros sobrevoam na noite fria. O vento sopra e assovia entre os galhos secos da árvore, quebrando o silêncio por alguns instantes.
As folhas da árvore, caídas no chão, farfalham entre si, agitadas pelo vento, logo se calam, sobre o chão.
Ao longe, ouve-se o pio de uma coruja que pare não se incomodar com o frio cortante.
Novos sons são ouvidos, quebrando a melodia do vento. São passos vindos dos dois lados. Caminhavam sobre o chão de pedras; os passos ficam mais próximos e mais altos. Encontram-se e para. São dois jovens. No momento, os dois se olham e ficam admirando a troca de olhares que fazem, em silêncio de corpos e olhares.
O vento novamente volta, para encobrir os dois, que de repente, com o movimento das mãos de ambos que cortam aquele. Agora, carícias são trocadas com a hipnose que envolveu os dois.
Sorrisos surgem, e em seguida os lábios quentes dele tocam os lábios suaves dela. Um beijo é dado, enfim. O calor de ambos se forma em um só, na harmonia do ósculo.
O cabelo longo e cacheado dele balança junto com o cabelo longo e ondulado dela, encontrando-se e escondendo o beijo deles.
O longo beijo é interrompido. O sino da igreja toca; é meia-noite. Os dois se olham, abraçam-se e seguem juntos para a escuridão da cidade. A lua os ilumina. Ao redor, tudo volta ao normal, pois o encontro do anjo com a bela mortal já aconteceu. A agonia acabou...


- 8/11/2007 - 

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